O que é o movimento “quiet quitting”?

Traduzindo para o Português seria “demissão silenciosa”, no entanto não é este o sentido do movimento.

Surgiu durante a pandemia após a publicação de um vídeo no tik tok, feito por um jovem Engenheiro que desabafou despretensiosamente na rede social e teve seu vídeo viralizado.

O termo vem sendo usado para caracterizar profissionais que desejam firmar limites bem estabelecidos entre trabalho e vida pessoal, sem fazer mais ou menos do que o combinado.

Profissionais que continuam desempenhando seus trabalhos, de maneira menos desgastante, valorizando mais os temas relacionados a saúde mental.

Esse movimento ganhou força durante a pandemia no qual as pessoas tiveram que adotar o trabalho home office e passaram então a rever seus valores e prioridades de vida.

Os adeptos a este movimento têm em mente que o excesso de trabalho, rotinas com grande carga horaria e muitas metas, não são práticas muito saudáveis.

No Brasil, há uma grande parcela da população que está aderindo ao movimento, dado a atual situação econômica do país?

Vejo que existe sim um movimento pós pandemia, em que os profissionais tiveram a oportunidade de repensar suas carreiras, seus valores e o que querem para suas vidas, fazendo com que muitos optassem por se desligarem das empresas com o objetivo de buscar equilíbrio entre vida profissional e pessoal (qualidade de vida).

Inclusive este ano, fui procurada para palestrar sobre o tema em uma grande empresa da região, alertando que o problema não era pontual e sim uma mudança de mercado pós pandemia, justificando assim o alto número de pedido de demissão em uma das melhores empresas da região.

Quais as diferenças entre o movimento do “quiet quitting” e as pessoas que resolvem tirar um ano sabático?

Diferente do movimento quiet quitting que tem por princípio não se desligar do trabalho e sim limitar suas entregas ao acordado no contrato de trabalho sem exceder carga horaria e atividades que não estejam no escopo, o Ano Sabático visa realmente tirar um descanso do trabalho.

Você se organiza para se desligar efetivamente do trabalho por um determinado período / ano, no qual irá se dedicar a outros tipos de atividades como viagens, estudos, etc

Você dá uma pausa na vida para repensar não só a carreira, mas todas as áreas.

Quais as maiores dificuldades que aqueles que aderirem ao movimento precisam estar atentas para não passar sufoco?

Se por um lado temos o cenário de pessoas muitas vezes trabalhando em formatos desajustados, com excesso de carga horaria, pressão e remuneração incompatível com as exigências, causando assim um esgotamento de energia, aumentando os casos das doenças laborais como burnout, depressão e ansiedade e que são atribuídos a não respeitar os limites do trabalho x vida pessoal temos também o outro lado deste cenário onde aponta que tais adeptos do termo quiet quitting  não estando dispostos a ir além do acordado, podendo ser interpretados como profissionais não proativos em sugerir mudanças e que não buscam melhorias nem buscam evoluir em suas carreiras

Podem ser vistos como pessoas que:

• Não excedem horários de trabalhos.
• Cumprem somente as tarefas preestabelecidas.
• Não se oferecerem para novos projetos e desafios.
• Desligam o computador e esquecem que o trabalho existe.
• Nenhum minuto a mais da jornada de 8 horas estabelecida no contrato.

Destaco que seja interessante estudar muito bem se para o seu projeto de carreira faz sentido adotar este modelo. Talvez seja o caso de repensar se está feliz no trabalho, se não estaria desperdiçando seu tempo em um trabalho que você não gosta

Determine o que você quer fazer com a sua vida profissional. Pense em que tipo de trabalho ou carreira te faria feliz e poderia oferecer benefícios justos.

Já pensando no ano sabático, um dos principais problemas está relacionado ao medo que as pessoas sentem quanto a instabilidade financeira, além do possível julgamento da família e a própria mudança de vida.

Antes de definir por tirar um ano sabático, largar tudo e repensar os rumos da sua vida, tenha algumas respostas:

• É necessário ter clareza do seu objetivo com esta decisão para que seja realmente transformador (onde está e onde quer chegar)
• Tente negociar um afastamento com a empresa que trabalha.
• Planeje seu tempo e dinheiro para que problemas financeiros não seja uma preocupação durante a jornada.
• Aprenda a viver com menos (bens materiais)
• Faça um estudo de quanto financeiramente precisara ter e acrescente uma margem de 25% para eventuais surpresas (calcule por exemplo cursos e viagens que queira fazer) deixe também um seguro e todas as finanças referente aluguel, boletos etc.

Confira a matéria completa no site do Diário da Região. 

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Créditos: 

Ligia Pícoli (Diretora Fibra RH) 

Lucas Amancio (Jornalista - Diário da Região) 

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